terça-feira, 15 de março de 2016

Com novas denúncias de corrução, Aécio vira piada na internet

Alvo de nova denúncia de corrupção, Aécio Neves é motivo de piadas na internet

Fonte: Correio do Brasil em 13 de Março de 2016
Aécio Neves (PSDB) é motivo de comentários na internet.
Arquivo
Envolvido em tantos escândalos de corrupção e denúncias sobre o mau uso do dinheiro público, Aécio Neves foi alvo de respostas irônicas e críticas a ele neste sábado, nas redes sociais.

Denunciado na Operação Lava Jato por cinco vezes, sob diferentes acusações, o senador tucano Aécio Neves (MG) foi citado agora na investigação que abrange a Lista de Furnas, como ficou conhecido o escândalo de corrupção na estatal de energia. O delator da vez é o ex-diretor da companhia Dilmas Toledo, indicado por Aécio Neves para uma diretoria da empresa no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) e mantido no cargo durante o primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Notícia publicada em um diário conservador paulistano, neste sábado, na coluna da jornalista Vera Magalhães, informa que há duas menções a Aécio Neves na delação premiada do senador Delcídio do Amaral (PT-MS). "Na mais detalhada delas, o senador aponta intervenção do tucano, então governador de Minas, para ocultar dados da quebra de sigilo do Banco Rural, que demoraram a ser enviados à CPI dos Correios, em 2005. A outra diz respeito a um suposto esquema do tucano em Furnas", afirma a colunista.
"Quem viu os depoimentos não tem dúvida de que o Ministério Público Federal pedirá abertura de inquérito contra Aécio. Citações anteriores a ele foram arquivadas por Rodrigo Janot", prossegue.
Ouvido pela jornalista, Aécio Neves diz desconhecer as citações de Delcídio e "a que interesses elas servem". Sobre Furnas, ele diz ser denúncia "requentada". O senador mineiro já foi citado por cinco delatores delatores da Lava Jato e Janot vem sendo questionado por, supostamente, blindar o presidente nacional do PSDB.
Piada na internet
Envolvido em tantos escândalos de corrupção e denúncias sobre o mau uso do dinheiro público, Neves foi alvo de respostas irônicas e críticas a ele neste sábado, nas redes sociais, depois de divulgar um vídeo no qual convoca a população a estar nas ruas neste domingo 13 em protesto contra o governo.
- Esse próximo domingo não vai ser um domingo como os outros. Pode ser um domingo que mudou o Brasil. Mas para isso é fundamental que você, eu, todos nós estejamos nas ruas dizendo ‘chega desse governo' e vamos construir uma nova história para o Brasil - diz o senador tucano no vídeo.
Por suas cinco citações na Operação Lava Jato, o senador mineiro foi o ponto central de um vídeo do ator e humorista Bemvindo Sequeira, esta semana. Sobre as manifestações deste domingo, Aécio foi questionado se iria de helicóptero, numa ironia à denúncia sobre o chamado "helicóptero do pó".
"Que quem nunca roubou nem subornou ninguém esteja, tudo bem. Mas Aécio contra corrupção! Não dá pra levar a sério", disse ainda o jornalista Hélio Doyle, pelo Twitter. Outro internauta perguntou: "vai se manifestar contra si mesmo e seus pares, vossa excelência?".
Aécio Neves na van a caminho da manifestação contra a corrupção em 13/março/2016, na Avenida Paulista. Aécio, que foi citado como beneficiado na Operação Lava-Jato e na Lista de Furnas (ver reportagem) vai na companhia de Aloysio Nunes Ferreira (à esq.), denunciado como favorecido em propinas da Petrobrás, Geraldo Alckmin, cujo governo está marcado pelo escândalo do cartel de trens e metrôs de SP. Ao fundo, à direita no celular, está Paulinho da Força, do Solidariedade, que responde na Justiça por desvios de R$350 milhões do BNDES. Aécio e Geraldo Alckmin foram hostilizados por manifestantes ao chegarem à Avenida Paulista.
 
Denúncia contra Aécio
Candidato derrotado à presidência da República, Aécio Neves era "o mais chato" na cobrança de propina junto à empreiteira UTC. A afirmação é do entregador de valores Carlos Alexandre de Souza Rocha, na gravação em vídeo de sua delação premiada, divulgada em uma reportagem de um jornal paulista. Carlos Alexandre trabalhava para o doleiro Alberto Youssef que, por sua vez, negou qualquer envolvimento com o senador. Carlos Alexandre afirmou, ainda, ter levado R$ 300 mil a um diretor da UTC no Rio, de sobrenome Miranda, que seriam destinados a Aécio.
Segundo relator de Rocha, Miranda estava ansioso pela "encomenda": "Esse dinheiro tá me sendo muito cobrado". Questionado, disse que Aécio era o destinatário do dinheiro. "[Miranda] ainda falou que era o mais chato que tinha para cobrar", contou Rocha. Aécio também negou a acusação e chamou a citação sem comprovação de "absurda e irresponsável".
Em sua delação, Carlos Alexadre, também conhecido como "Ceará", acusou o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) de ter recebido propina, mas caso foi arquivo pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki após apontar uma contradição com outro delator.
Operação Lava Jato
Responsável por entregar o dinheiro sujo com o qual o doleiro Alberto Yousseff irrigava o esquema criminoso descoberto na Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF), Carlos Alexandre de Souza Rocha apontou o senador Aécio Neves (PSDB-MG) - candidato derrotado nas últimas eleições presidenciais - como receptador de uma quantia milionária no esquema que beneficiava a empresa UTC Engenharia em obras na Petrobras.
Rocha disse à polícia, na delação premiada com a qual espera reduzir sua pena, que entregou R$ 300 mil, em 2013, a um diretor da UTC Engenharia, no Rio de Janeiro. O pacote estaria destinado ao senador Aécio Neves (PSDB-MG). Rocha, conhecido como Ceará, relata que conheceu Youssef em 2000 e, a partir de 2008, passou a fazer entregas de R$ 150 mil ou R$ 300 mil a vários políticos.
Ele disse que fez em 2013 "umas quatro entregas de dinheiro" a um diretor da UTC chamado Miranda, no Rio. O depoimento foi confirmado na confissão do diretor financeiro da UTC, Walmir Pinheiro Santana. Ele confirmou que o diretor comercial da empreiteira, no Rio, chamava-se Antonio Carlos D'Agosto Miranda e que "guardava e entregava valores em dinheiro a pedido" dele ou de Ricardo Pessoa, dono da UTC.


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